A lux?ria de Patr?cia 9

O Cordula n?o era est?pido. Ela pensava que as pessoas que eram minhas amigas e as dela eram est?pidas. E no lugar de Cordula, eu teria d?vidas sobre se as pessoas que ela pensava serem est?pidas eram verdadeiras amigas. N?o, Cordula n?o era est?pido, Cordula era ing?nuo, na melhor das hip?teses. Talvez muito ing?nuo. E parecia aos meus amigos que eles tinham um desejo malicioso de lhe contar as verdades mais estranhas, porque Cordula tendia a acreditar nessas verdades duvidosas sem a menor apar?ncia de suspeita.
Conheci a amiga de Martina apenas por rumores, e fiquei surpreso com a imparcialidade com que ela aceitou as hist?rias mais imposs?veis pelo valor de face. Acho que n?o estava certo que Martina e Konrad lhe contassem constantemente alguns disparates, se divertissem e deixassem a pobre Cordula sozinha em seu irritado mundo emocional.
Gra?as a nossos amigos m?tuos, Cordula ficou com a impress?o errada de que eu tinha o luxo de duas namoradas e que ambas as senhoras, gra?as ? minha gest?o de tempo imbat?velmente perfeita, n?o faziam a menor id?ia uma da outra. Eles me descreveram como um bon vivant manhoso. Eu era um encantador, um gourmet, que entendia tanto sobre bom vinho e boa comida quanto eu entendia sobre a conquista de mulheres bonitas, a quem diziam que eu fazia t?o feliz com meu magn?fico galo de garanh?o em excessos libidinosos noturnos que, como mulher, voc? realmente n?o poderia experimentar uma satisfa??o mais completa do que ter me conhecido.